Degolados celebra Aleluia

Mais um ano a nossa freguesia vai dar continuidade a uma tradição centenária; o Cortejo da Aleluia.

No próximo dia 23 de Abril, as nossas crianças vão percorrer as ruas com um chocalho no pescoço ou na mão.

A concentração está marcada para as 9h no Largo da Igreja.

Contamos com a sua presença em mais este evento que promove as tradições e as gentes de Degolados.

Acerca desta tradição e da suas raízes, recebemos um texto da autoria de João Alves Pedreiro que a seguir publicamos:

Estamos a aproximar-nos da Páscoa, logo a lembrança da Aleluia, dos grandes chocalhos.

Para definir os Comandantes da organização do desfile pelas Ruas da nossa terra, do companheiro da bolsa, que acolhia os tostões e as ofertas de bolos, posteriormente repartidos num local previamente escolhido e recatado, longe dos olhares.

 

As mangas (chocalhos grandes) eram medidas pela mão travessa e pelos dedos, e aí, eram nomeados os comandantes, e os chocalhos dispostos por ordem (do maior para o mais pequeno) no Largo da Igreja, donde partia a Aleluia para percorrer as Ruas da Freguesia, estendendo-se até aos montes mais perto (hoje em dia somente se percorrem as ruas).

 

Que saudades, que organização infantil da época. Claro, já me esquecia dos tiros dos caçadores, à passagem da Aleluia, para matar os judeus. Como as nossas dificuldades (e eram muitas ) eram superadas com estas pequenas/grandes coisas, como elas nos marcam pela vida fora, e, como nós gostamos de as recordar.

 

Este evento continua activo. Confirmei, a continuidade dos festejos da Aleluia,e até, meritoriamente apoiados e publicitados pela Junta de Freguesia,o que é louvável. Há uma certa intromissão na Aleluia, dos “Pais e Avós galinhas” e alguma participação de Adultos, o que desvirtua o Acto e a criação do evento, bem como, da função dos “verdadeiros artistas” – As Crianças, que tanto brilho e vivacidade, apresentam ao “badalar” fortemente os seus grandes e pequenos chocalhos. Há que não perder a tradição, que deve ser secular, pelo menos, eu há mais de 60 anos que me lembro da sua realização.

 

Um abraço aos participantes,

João Alves Pedreiro.